Eu sei que exitem várias pessoas que habitam em mim, mas algumas
grudaram a face e não querem mais sair...
Não sou mais quem eu era,
talvez não seja pior e nem melhor, só sou uma outra face de mim que não tinha
sido apresentada pra vocês ainda.
Fernando Sabino disse que ”morremos
assim que nascemos”, concordo, mudamos muito, morremos aos poucos, nos deixamos
moldar ou resistimos a dor, nos perdemos ou é ai que nos encontramos, mas mesmo
assim as marcas ficam e inevitavelmente mudamos, não sei se meu terapeuta..rsrsr!E
se os meus amigos psicólogos, que percebi que são muitos, concordam, mas sei
que amarga e triste não é uma versão permanente e que vivenciar a dor em sua
totalidade está sendo uma experiência que não tinha vivido ainda, por que
sempre escapava na endorfina que a espiritualidade me proporcionava, sofria,
corria para o culto de oração, chorava tudo que tinha que chorar, e depois saia
renovada e sorridente, leve, mas cuidado, não estou negando essa experiência,
pelo contrario sinto falta, pois sei que seria esse alivio de que eu preciso,
mas também percebo que vivenciar isso agora longe da igreja também foi e está
sendo uma experiência de encontrar Deus em mim, aqui, aonde eu estou,sem saber
bem certo aonde, e isso não está sendo fácil, ainda não me sinto tão próxima
Dele, mas continuo me sentindo amada e cuidada.
Talvez essa minha acidez faça
parte da limpeza..rsrsr!! Talvez ela esteja presente nas várias personas que me habitam, porém a
sensibilidade, a espiritualidade, o desejo de ser útil na obra do Senhor, de
descobrir qual a minha missão, de descobrir pessoas, o desejo por adrenalina, continuam
aqui, só que agora, não tão vivas, e eu só quero voltar, não pra ser a mesma
menina de 15 anos, que você falou que não ver mais em mim, pois pra mim ela
fugia sempre, tinha esperança que tudo ia ser como antes...blabla!E se prendia
a isso com toda a força. Só que me recordo que ela dependia de Cristo
unicamente pra ser feliz, e não dos outros precisamente, que independente da
circunstância, estaria adorando e louvando, mesmo chorando, posso está sendo
contraditória no meu discurso, mas percebo que é outra característica minha a
ser reavaliada.
Porém, hoje eu sei que as
coisas não têm como voltar a ser como antes, que quem eu amo não vai voltar a
ser como era antes, que quem eu amava, eu não amo mais como antes, pois se
transformou em ódio, por que foi embora, que se transformou em saudade, que
depois desapareceu e que vez ou outra volta, me fazendo pensar que se tivesse
aqui poderia me ajudar, ser o pai, mas resolveu nos deixar, mas ainda bem que
hoje eu não culpo e nem me culpo, me libertando aos poucos de algumas amarras.
Então, peço desculpa por não
querer o titulo de “coluna” da família, por não querer ser O exemplo agora, por
que na verdade não conseguimos ser exemplo em relação a tudo, posso até ser exemplo
em uma coisa, no sorriso, na alegria, contudo no momento não está sendo o meu
mais belo e sincero, continuo a rir por que é algo que nos eleva, que nos
aproxima de Deus, o sorriso por está em comunhão com o irmão, com o amigo, o
sorriso no meio do louvor e de uma oração, é um dos sentimentos de aproximação
que não sei explicar...
Eu to aqui ainda, a de 15, de
18 e todas as outras, a de 24 no momento é essa um pouco arredia com os irmãos,
mas como você me perguntou, eu não sei como vocês podem me ajudar, mas acho que
em continuar tentando se aproximar já é um grande passo, espero poder ser mais
família, sem atropelar nosso tempo e nossas historias... Fernando sabino também disse "que aquilo que a memoria ama, se eterniza".Obrigada por você está
por perto, e respeitar a todas que eu lhe apresento..= )
Suy
Melo