quinta-feira, 17 de maio de 2012

Canção das mulheres

“Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me doía ideia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.”
Lya Luft

                  Que não pode ser classificada por uma só característica, que vive e transborda vida em todos os aspectos, que é o agora simplesmente, o seu passado está lá, não podendo ser esquecido, mas ganhando a nova perspectiva de ressignificá-lo, alterando o futuro.
                 Muda-se, pois mudar faz parte da vida, e não se sentir mal por isso é uma trajetória que tem que ser percorrida. Algumas vezes solitária, até se encontrar e se perceber, e o outro é essa jornada, que escolhemos vivenciar de maneira inexplicável.
                Somos extremos, equilíbrio, fria, morna, quente, mulher. O seu desabrochar  a sua evolução, é algo lindo de ser percebido e acariciado,  como uma rosa, ela tem seu momento e é preciso saber contemplar, pois a rosa é só a rosa, não tem outra função, não precisa ter uma função, ela simplesmente é a rosa, com toda sua beleza, espinhos, marcas, ela é.
                  É algo que te mostra como a vida é linda, dela a vida é gerada, o amor brota ao seu redor, sorrisos, lágrimas, emoções. Com todas as suas variações e diferenças, mãe, amiga, cúmplice, chefe, guerreira, doce, forte, fofa, simples, complicada, simplesmente diferente, por isso são poucos os que conseguem realmente contemplar e sentir todo o prazer de se conviver com uma rosa, de tocar seus espinhos sem precisar arrancá-los e sem se machucar.
                  Toda mulher é uma rosa, com cores e formas diferentes.
                                                                                                                                                                                                                   Suy Melo.