Esperei
fazer 18 anos para poder sair de casa, a dita sonhada independência e a ideia
de liberdade, a qual só agora surgi e começo a tragar aos poucos essa droga que
vicia.
Esperei
por uma intervenção miraculosa nas situações ao meu redor, poderia simplesmente
ter delegado melhor as responsabilidades.
Esperei
surgir o talento para seguir os padrões comportamentais esperados, ao invés de
sentir como é bom seguir contra o ritmo frenético do padrão e sem exigir
desumanamente de mim e dos outros, agora inventando meu próprio jogo.
Esperei
perder o sentido e a paixão, para poder sair da zona de conforto onde tudo é
conhecido e sem inquietações, essa, porém não foi uma escolha minha.
Esperei
o laço ser desfeito, e quanto mais o tempo passou me pareceu um nó que envolveu
tudo em mim, eu não desfiz, contudo foi cortado sem tempo de salvar a fita
vermelha.
Esperei
que Deus não se afastasse de mim, quando eu deveria não ter me sentido longe
dele.
Eu
só quero esperar o que realmente for necessário, não quero esperar por medo ou
por ser cautelosa demais. Eu quero esperar o tempo real de uma construção ser
terminada e visualizar o resultado final almejado, eu quero esperar o tempo de
uma gestação e curti as dores do parto, esperar pelo tempo da preparação para a
próxima viagem...Esperar.
Não
adie muito seus projetos e sonhos, por que se não o que nós não esperamos pode
simplesmente acontecer e teremos que mudar de sonho ou aprender a difícil lição
de lidar com os sonhos enquanto dormimos que às vezes se tornam pesadelos, que
nos fazem esquecer de sonhar enquanto estamos acordados.
Suy Melo