quinta-feira, 24 de abril de 2014

O meu mal foi esperar...

      Esperei fazer 18 anos para poder sair de casa, a dita sonhada independência e a ideia de liberdade, a qual só agora surgi e começo a tragar aos poucos essa droga que vicia.
        Esperei por uma intervenção miraculosa nas situações ao meu redor, poderia simplesmente ter delegado melhor as responsabilidades.
        Esperei surgir o talento para seguir os padrões comportamentais esperados, ao invés de sentir como é bom seguir contra o ritmo frenético do padrão e sem exigir desumanamente de mim e dos outros, agora inventando meu próprio jogo.
         Esperei perder o sentido e a paixão, para poder sair da zona de conforto onde tudo é conhecido e sem inquietações, essa, porém não foi uma escolha minha.
         Esperei o laço ser desfeito, e quanto mais o tempo passou me pareceu um nó que envolveu tudo em mim, eu não desfiz, contudo foi cortado sem tempo de salvar a fita vermelha.
            Esperei que Deus não se afastasse de mim, quando eu deveria não ter me sentido longe dele.
         Eu só quero esperar o que realmente for necessário, não quero esperar por medo ou por ser  cautelosa demais. Eu quero esperar o tempo real de uma construção ser terminada e visualizar o resultado final almejado, eu quero esperar o tempo de uma gestação e curti as dores do parto, esperar pelo tempo da preparação para a próxima viagem...Esperar.

       Não adie muito seus projetos e sonhos, por que se não o que nós não esperamos pode simplesmente acontecer e teremos que mudar de sonho ou aprender a difícil lição de lidar com os sonhos enquanto dormimos que às vezes se tornam pesadelos, que nos fazem esquecer de sonhar enquanto estamos acordados.


Suy Melo

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Final da viagem.

     Parece que por enquanto parei minha jornada, já estou em fortaleza cidade ponto de origem dessa aventura.       Alguns dados gerais para vocês ficarem por dentro, foram aproximadamente 19 cidades visitadas as quais eu não conhecia, foram 159 horas dentro de ônibus..kkk!Quase uma semana. Eu viagei de carro também,  porém não anotei a quantidade de horas que passamos dentro do carro, mas foi uma viagem que durou 9 dias, de avião foi só ida de fortaleza para São Paulo e de São Paulo para Buenos Aires e na volta consegui fazer Rio de Janeiro para fortaleza, também não tenho precisão nos horários. 
      O que a galera mais pergunta é a questão da grana, vamos lá, quero esclarecer que essa foi minha primeira experiência e está de longe com cara de mochileira mesmo, pois não economizei tanto, desfrutei de boa comida e das boas bebidas. Kkkk!E assim ,teria como ter feito o mesmo trajeto com bem menos, só do lado argentino que durou 3 meses exato foi em média 7,800.00 reais, nisso inclui a viagem ao Uruguai, Punta de Leste, cidade muito cara e para quem tem praias como as nossas do nordeste eu não indicaria a cidade e ainda não gastei mais por que em quase todas as cidades eu não paguei hospedagem, no Brasil foi um mês e uma semana e mais ou menos 2,400.00 reais.
        Não tive grandes problemas, só os de sempre que me acompanham..kkkk! Mas em relação a viagem foi só questão de falta de preparo meu mesmo, não tive como viajar com meu cartao da conta da caixa econômica, então fiquei sem reais,impossibilitada de poder sacar reais, por que decidir ir ao Brasil de ônibus quando já estava em Buenos Aires, mas rapidamente consegui resolver com ajuda do site couchsurfing e lógico das pessoas dispostas a ajudar.
    Situações de vergonha tem que ter..kkk! passei por muitas por conta do idioma, por me sentir por fora, de não me encaixar em alguns momentos com o local e a turma, mas foram momentos inesquecíveis, pessoas surpreendentes, estilos de vidas que me impactaram muito...
           Agora é juntar grana de novo, me preparar melhor e realmente sair só com a mochila e minha barraca e se tiver a sorte de encontrar uma turma para compartilhar, já digo que o próximo destino é a Colômbia, encontrar amigas que conheci em Buenos Aires e descobrir novos lugares, novas culturas.
   Caminhando sem pressa e desfrutando da companhia das pessoas que encontro no caminho e sendo sempre uma jornada por dentro de mim...viajar é se autoconhecer, ainda falta muito...kkkk!
         Obrigada a todos que fizeram parte dessa viagem e que me ajudaram...

Suy Melo

sexta-feira, 4 de abril de 2014

O que queremos saber de verdade?


     Para falar com vocês eu não tenho parábolas criativas, mas escrevo sobre o que sinto ou que vejo próximo a mim, Nietzshce fala que quando começamos a falar através delas é ai que nossa virtude tem começo, creio que a minha ainda tarde um pouco...
     Contínuo a falar sobre minha viagem, encontrei várias pessoas pela estrada, e a cada encontro a cada troca me traziam um pouco de um novo mundo, nessas variadas conversas ao redores de mesas com todos os tipos de bebidas, desde o mate argentino que é o chimarrao do sul do Brasil, ou  uma versão diferente deles que seria o terere que me encantou, os bons vinhos, tudo funciona como desculpa para está próximo e desfrutar de boa companhia, enfim de conversas curtas em onibus, em fila de espera ou nos hostel da vida procurando companhia para sair.
     Percebi que essa gente sempre queria contar suas história e saber das minhas, o por que da viagem? O que faço da minha vida? Conhecer minhas verdades.
         Como já disse em outro texto, viver é plantar verdades, nos descobrimos nesse caminho e não há nada mais intrigante e instigador do que conhecer outras histórias e se encontrar nelas...
     Percebi também que muitos caminham buscando verdades, mas o que gostariamos de saber de verdade??Se tivesse encontrado um mago nessa viagem e ele tivesse o poder de  responder a todas minhas perguntas e das pessoas que encontrei..ai ai! kkkkk! Mas ao contrario só encontrei seres que me fizeram mais perguntas as quais  não tinha ouvido antes, conseguiram mudar algumas das minhas antigas interrogações. 
              Já vi em algum lugar que não são as respostas que movem a vida e sim as  perguntas que temos, foram tantas verdades desconstruidas, tantas mentiras reveladas, perguntas em aberto, outras respondidas e algumas simplesmente esquecidas.
      Faço novamente minhas as palavras do grande louco citado no início Nietzshce, "para o jogo da criação um sim sagrado é necessário". Depois de você tenho conseguido dizer tantos sim para a vida, a cada sim me recordo de quão bom é viver esse inusitado da criação, essa surpresa linda da magia que todo início contém, continuo sem respostas, mas pensar mais nas minhas perguntas tem sido um bom exercício, continuo me perguntando o que quero saber de verdade...Que surjam novas perguntas.

Suy Melo