Enquanto não sabemos o que fazemos, quando
não temos o conhecimento e apenas brincamos de bola, boneca ou pique esconde
tudo é mais fácil, os medos “reais” não existem, temos medo do que não vemos
quando somos crianças, medo da alma penada, medo do bicho papão e do homem do
saco que vai passar e nos levar embora.
Mas quando crescemos acabamos ganhando a
consciência sobre muitas coisas, os nossos medos mudam e o escuro já não nos
assusta mais, apesar de que esse em particular nunca me afligiu, eu nunca tive
medo do escuro, eu tenho medo do que eu vejo no claro e que me assusta, esse claro
é o meu encontro, é quando escuto a voz que sussurra, é quando paro por que topei,
é quando percebo o meu eu reagindo em determinada situações e parece que sou apenas
uma espectadora da minha vida.
Com o passar do tempo começamos a ter o
medo de magoar e de decepcionar quem amamos, por que já conhecemos essa dor com
as nossas próprias magoas e decepções causada por outras pessoas, por isso que
é um medo tão real, por que se sente, então começamos a nos assustar com o que
vemos refletido no espelho, quando percebemos que está muito distante do que um
dia sonhamos quando mais novos.
Por isso alguns preferem continuar
tendo medo da escuridão e escolhem não crescer e nem ganhar outros medos, por
que crescer significar mudar, e mudar envolve riscos e clareza para ser bem
feito. Por vezes preferimos permanecer no escuro, que é um local seguro e calmo
em alguns momentos, ninguém lhe ver, você não se ver, é o melhor lugar para
dormi, só fica difícil ter que caminhar no escuro, no claro caminhar também é difícil,
ele não evita as topadas e os hematomas, é exatamente no claro que enxergamos
melhor e sentimos a necessidade de não voltar para a escuridão.
Por preferir o sol, é que peço perdão
e assumo que errei, por preferir o colorido ao invés do preto no branco é que
digo que eu te amo, por gostar de correr, dançar, da vida com sentido é que peço
a tua Presença e que não quero mais sair de perto da tua companhia, mesmo sabendo
dos riscos e dos hematomas de se andar na luz, eu escolho está perto de de Ti.
Suy Melo