quinta-feira, 24 de abril de 2014

O meu mal foi esperar...

      Esperei fazer 18 anos para poder sair de casa, a dita sonhada independência e a ideia de liberdade, a qual só agora surgi e começo a tragar aos poucos essa droga que vicia.
        Esperei por uma intervenção miraculosa nas situações ao meu redor, poderia simplesmente ter delegado melhor as responsabilidades.
        Esperei surgir o talento para seguir os padrões comportamentais esperados, ao invés de sentir como é bom seguir contra o ritmo frenético do padrão e sem exigir desumanamente de mim e dos outros, agora inventando meu próprio jogo.
         Esperei perder o sentido e a paixão, para poder sair da zona de conforto onde tudo é conhecido e sem inquietações, essa, porém não foi uma escolha minha.
         Esperei o laço ser desfeito, e quanto mais o tempo passou me pareceu um nó que envolveu tudo em mim, eu não desfiz, contudo foi cortado sem tempo de salvar a fita vermelha.
            Esperei que Deus não se afastasse de mim, quando eu deveria não ter me sentido longe dele.
         Eu só quero esperar o que realmente for necessário, não quero esperar por medo ou por ser  cautelosa demais. Eu quero esperar o tempo real de uma construção ser terminada e visualizar o resultado final almejado, eu quero esperar o tempo de uma gestação e curti as dores do parto, esperar pelo tempo da preparação para a próxima viagem...Esperar.

       Não adie muito seus projetos e sonhos, por que se não o que nós não esperamos pode simplesmente acontecer e teremos que mudar de sonho ou aprender a difícil lição de lidar com os sonhos enquanto dormimos que às vezes se tornam pesadelos, que nos fazem esquecer de sonhar enquanto estamos acordados.


Suy Melo

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